A Zoonose cujo agente
etiológico é o Toxoplasma gondii,
parasita intracelular cujo hospedeiro definitivo é um animal da família dos
felídeos (como gato), sendo homem hospedeiro intermediário. O ciclo de vida do T. gondii é bastante complexo, sendo as
principais formas de transmissão ou cistos teciduais (carnes cruas e secas)
contendo bradizoítos, os oocistos (na terra, alimentos) que apresentam os esporozoítos,
e raramente os taquizoítos presentes em hemoderivados e órgãos transplantados.
A infestação em humanos imunocompetentes em 80 a 90% dos casos é assintomática
e os casos sintomáticos manifestam-se como doença autolimitada com quadro
febril, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e eventual rash cutâneo na
gestação, a infestação transplacentária está praticamente restrita a primo
infecções, sendo o risco de transmissão vertical crescente com a idade
gestacional, mas os principais danos restritos ao primeiro trimestre. Nas
portadoras de AIDS, a toxoplasmose é uma das principais agressões oportunistas
em função da reativação da infestação crônica, na Unifesp, em ultrassons
morfológicos de alguns fatos foram identificados sinais de infestação, sem
detecção sorológica da doença, devido a imunodepressão.
Diagnóstico
Em nosso meio o
contingente de gestante suscetíveis a cerca de 40% o diagnóstico da infestação
materna é feito por meio do perfil sorológico da doença aguda, que exibe
positividade tanto para IgM como para o IgG. Como a IgM pode permanecer positiva
em títulos baixos por até 12 a 18 meses, devem se utilizar meios para descartar
se a infestação ocorreu durante a presente gestação. Procede-se a titulação
seriada d e IgM e IgG mostrando se há ascensão dos níveis (quadro recente), ou
ainda a realização do teste da avidez da IgG mostrando baixa avidez (<30%)
para os casos de infestação ocorrida até 3 meses e alta avidez (>60%) para
os casos com mais de 6 meses de infestação. Para as pacientes suscetíveis, Isto
é, com IgM e IgG negativas, preconiza-se a orientação e higieno-dietética e a
repetição do perfil sorológico no segundo e no terceiro trimestre da gestação (algoritmo).
O diagnóstico de
infestação fetal pode ser feito por meio da cordocentese, amniocentese e
ultrassonografia. Em nosso serviço associam-se a amniocentese e a
ultrassonografia para o diagnóstico da infecção fetal. Pela amniocentese,
realizada após a décima quarta semana, obtém-se líquido que será submetido à
técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção do agente
etiológico. Mediante a estudo morfológico do feto pode-se ter mais
frequentemente os seguintes achados: hidrocefalia, micro craniana,
hepatoesplenomegalia, calcificações intracranianas e/ou hepáticas, restrições
do crescimento e espessamento da placenta.
Tratamento
O tratamento da
toxoplasmose na gravidez pode ser dividido em tratamento das infestações
materna e materno-fetal.
Diante do diagnóstico
da infestação aguda materna o esquema utilizado é a espiramicina na dosagem de
3g ao dia (comprimidos de 1500 UI ou 500 mg, dois a cada oito horas) até o
termo da gestação. Estudos realizados mostraram que o esquema terapêutico para
infestação materno reduz em até 50% o risco de transmissão vertical. Após o
diagnóstico da infestação congênita passa se a alternar esse esquema
parasitostatico com o parasiticida representado pela associação da pirimetamina
50 mg ao dia abre parentes 25 MG de 12 em 12 horas), sulfadiazina 3g ao dia (1g
de 8 em 8 horas) e ácido folínico 10mg 3 vezes por semana. Nas últimas semanas
de gravidez, devido ao risco de hiperbilirrubinemia do recém-nascido,
emprega-se somente o primeiro esquema.
Orientações
no pré-natal
As gestantes
suscetíveis devem evitar o consumo de carnes, leite e ovos crus ou mal cozidos,
lavar adequadamente as frutas e verduras antes de ingeri-los, evitar o contato
com gatos ou locais que contenham suas fezes e usar luvas ao manusear a terra,
uma vez que o cisto é viável por até 18 meses em local com temperatura e
umidade adequada. Porém, caso a gestante já tenha um gato como animal de estimação, apenas deve consultar o seu médico para os devidos cuidados e exames durante a gestação, não havendo necessidade de retirar o "bichinho" de casa.
Adequada orientação aos
pais durante todo pré-natal torna mais fácil a aceitação de um recém-nascido
com a doença ou mesmo do óbito. Levar em consideração que toda infecção fetal
pode evoluir com alterações funcionais, percebidas principalmente durante a
infância.
Fonte: Atualização terapêutica
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