Gestação em mulheres de 40 anos ou mais





A reprodução da mulher deve ser compreendida como o período entre os 20 e 30 anos no qual se observa a época mais oportuna para a concepção, situada mais ou menos equidistante dos extremos. Quanto mais nos afastamos deste momento ideal, para menos ou para mais, maiores serão os riscos envolvidos na gestação.

A frequência de gestações em mulheres com 40 anos ou mais é variável nos estudos encontrados na literatura, por serem realizados em populações diferentes, com características socioeconômicas, culturais, nutricionais e de saúde distintas. A frequência varia de 1, 3% a 3, 0% - entre nós podemos verificar frequência de 4, 1%. Alta porcentagem Possivelmente decorrente do fato de em serviço- escola o contingente de gestantes de alto risco ser maior, ou então a frequência elevada realmente espera nossas condições culturais e, sociais, econômicas.

Observa-se que a partir de 40 anos a frequência de gestações vai diminuindo progressivamente, sendo extremamente Rara após os 48 anos. O fato é explicado por vários fatores: diminuição do número de oocistos nos ovários, aumento dos ciclos anovulatórios, aumento da prática anticoncepcional, aumento da esterilização cirúrgica, aumento dos abortamentos provocados, diminuição da atividade sexual e insuficiência lútea.

Apesar de todos estes fatores atuarem no sentido de diminuir a possibilidade de gravidez, na quinta década de vida da mulher ela ocorre em certa parcela da população. Pode ser resultado da ignorância do casal quanto aos métodos anticoncepcionais, ao seu uso inadequado, ou a ineficácia do Estado em colocar à disposição dessas pessoas os métodos necessários para o planejamento familiar. A gestação pode ocorrer por opção do casal, quer pelo retardo de liberado da concepção ou do casamento, quer por tratar-se de segundo matrimônio.

A gestação em mulheres com 40 anos ou mais é considerada de alto risco, oportunidade para agravos físicos, psíquicos e sociais para a gestante e o feto. Nas tabelas, quantificando os riscos graviticios, a idade acima dos 40 anos é por si fator relevante.
Essas mulheres apresentam características biológicas impróprias para desempenho obstétrico satisfatório os resultados desfavoráveis encontrados não dependem exclusivamente da idade materna avançada e sim, da associação frequente com outros fatores adversos.

Esse grupo de gestantes é constituído, na sua maioria, de multíparas e de grandes multíparas a estreia funcional foi observada a, em nosso trabalho, em um quarto das mulheres.Com respeito ao padrão de assistência pré-natal, o grupo é formado por mulheres em geral conscientes, que atende regularmente as consultas, apesar da alta paridade e da maior responsabilidade domiciliar.

As intercorrências citadas a seguir associam-se frequentemente com gestantes de 40 anos ou mais: hipertensão arterial, diabetes melito, cardiopatias, varizes de membros inferiores, leiomioma uterino, doenças sexualmente transmissíveis, distopias genitais, abortamentos, moléstia trofoblástica gestacional, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta, ruptura prematura das membranas e gemelaridade.

Em relação ao tipo de parto, observa-se um aumento na incidência de partos operatórios, particularmente a cesárea, que em nosso estudo chegou a 57, 4%, tendo como principais indicações: antecedentes e cesárea, distocia funcional, intercorrências clínicas como a intervenção arterial e o Diabetes melito, cirurgia ginecológica anterior para correção de incontinência uretral e apresentações anómalas.

As complicações puerperais, tanto as hemorrágicas como as infecciosas e cirúrgicas, são mais frequentes neste grupo de puérperas, Possivelmente em decorrência do maior número de partos operatórios e da multiparidade.
Quanto aos filhos da gestantes com 40 anos ou mais, encontra-se com frequência à prematuridade, determinada principalmente pelas intercorrências clínicas e obstétricas associadas. Da mesma forma, o baixo peso e a macrossomia condicionam morbidade neonatal maior.

A natimortalidade é o dobro dos conceptos dessas mulheres, o que ocorre para a elevação do coeficiente de mortalidade Perinatal, chegando a 73, 9% nascimentos em nossa amostra. Hipertensão arterial, diabetes melito, descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, ruptura prematura de membranas e malformações congênitas são os principais fatores Associados com a elevação deste coeficiente.

Uma das questões que mais afligem a gestante idosa é a possibilidade de ter um filho anormal. Aceita se o risco de defeito congênito de 3, 0% para toda a população, em filhos de mulheres com mais de 40 anos ou mais observa-se que o risco aumenta com a idade materna, sendo 16, 0% em nosso estudo.

A única afecção genética numericamente importante, cuja incidência está associada a idade materna, é a síndrome de Down. Considerando incidência de um caso para 800 nascidos vivos para todos os grupos etários, podemos verificar que entre mulheres idosas a proporção chega a um aumento em 83 nascidos vivos. Acredita-se que o fato seja determinado pelo aumento das não disjunções cromossômicas na formação dos óvulos assim, torna-se impositiva indicação dos métodos de Diagnóstico pré-natal, como o estudo cromossômico (amostra do vilo corial, amniocentese) e a avaliação morfológica fetal pela ultrassonografia.

Entre estes aspectos comentados, entendemos que a gestação nessa fase da vida da mulher deva ser estudada e assistida com maior atenção, principalmente entre nós, entre os recursos da área da saúde são limitados.

São indicados os seguintes protocolos de assistência às mulheres com esta faixa etária:

- Orientação anticoncepcional adequada e seguro aos casais que não desejam ter filhos, que por apresentarem prole constituída, quer por temor ao enfrentar os riscos de uma gestação na cidade;

- Nos casos em que há desejo de gravidez, a paciente deve ser avaliada cuidadosamente do. De vista clínico e ginecológico antes da Concepção. Assistência pré-natal deve ser frequentemente e a mais precoce possível, realizando-se, além dos exames laboratoriais de rotina, rastreamento dos Estados diabéticos, dosagem da ureia e a creatinina, bacterioscopia e a cultura dos conteúdos vaginais, ultrassonografias (da 11° a 14° semana, para avaliar a morfologia de primeiro trimestre, e a translucência nucal, da 20° a 22° semana para ultrassonografia genético fetal) e propedêutica de gestação de alto risco quando se fizer necessária;

- Orientação da gestantes quando a possibilidade do diagnóstico pré-natal de malformações genéticas mediante a avaliação cromossômica fetal pela amostra do vilo corial ou da cultura das células do líquido amniótico obtido por meio da amniocentese.

Fonte: Atualização terapêutica


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