Anemia
falciforme , que ocorre em cerca 0,3 por cento dos negros americanos e da
áfrica ocidental , na qual as células tem um tipo anormal de hemoglobina ,
chamado hemoglobina S, causado por
composição anômala da porção globina da hemoglobina. Quando essa molécula é
exposta a concentrações baixas de oxigênio, ela se precipita, formando longos
cristais no interior do eritrócito.Esses cristais alongam a célula dando – lhe
a aparência de foice. Divergindo,
portanto do aspecto normal de disco bicôncavo. A hemoglobina precipitada também
danifica a membrana celular, de modo que as células se tornam extremamente,
frágeis, levando a intensa anemia. Tais pacientes, com frequência, entram num
ciclo vicioso, no qual a baixa tensão de oxigênio nos tecidos provoca a
deformação característica do eritrócito, que impede o fluxo sanguíneo através
do tecido, provocando diminuição ainda maior na tensão de oxigênio.Assim, uma
vez que o processo tenha começado, progride rapidamente, levando a diminuição
pronunciada no numero total de eritrócitos dentro de poucas horas, causando,
frequentemente, a morte.
Alelo da anemia falciforme protege contra a
malaria
Parece que
durante a jornada do homem moderno em busca da sobrevivência na África, ter
dois alelos mutados (ex. HbS / HbS) aumentava a chance de morte por anemia
hemolítica. Por outro lado, ter dois alelos normais (HbA / HbA) o tornava mais
susceptível a morte em decorrência da infecção pelo Plasmodium (causador da
malária). Em genética isso é chamado de seleção balanceada, um fenômeno que
aumenta o número de indivíduos heterozigotos na população.
No mundo molecular, o alelo HbS
é decorrente de mutação na sequência de DNA que codifica a cadeia beta da
hemoglobina humana. Relembrando, a hemoglobina é uma proteína tetramérica que
transportar oxigênio dos pulmões para os nossos tecidos via um grupo químico
associado denominado de heme. Você provavelmente já viu em seu livro de
genética ou bioquímica a variação no codon 6, onde a substituição de uma
adenina por timina leva a substituição de uma valina (GAG) por uma glutamina
(GTG).Cadeias beta com glutamina na posição 6 não se organizam adequadamente
para dar a estrutura normal da hemoglobina, o que faz as hemácias parecerem uma
foice. Mais glóbulos vermelhos falciformes, mais lise celular, o grupo heme
mais grupo heme circulante (anemia hemolítica), que é provavelmente o grande
desencadeador para os sintomas fisiopatológicos que podem levar o paciente à
morte.
A explicação geral (que não é totalmente aceita
nem totalmente refutada) do porque heterozigotos são protegidas contra a
malária está baseado na diminuição da carga parasitária. Miguel P. Soares, sua
equipe (do Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras, Portugal) e colaboradores,
publicaram um artigo que apareceu na edição de 29 de abril da revista Cell,
mostrando fortes evidências sobre os mecanismos envolvidos na proteção contra
malária exercida pelo alelo HbS, e não tem que ver com a limitação da carga
parasitária. Seu modelo é baseado em um tipo específico de infecção por
malária, chamada malária cerebral. Por razões óbvias, eles trabalharam com
modelos animais para a infecção humana (camundongos transgênicos portadores do
alelo humanos falciforme).
Seus resultados apontam para um mecanismo com base na quantidade de heme livre que sai dos glóbulos vermelhos falciformes. O grupo heme livre induz a expressão de heme oxigenase-1 (HO-1) através do repressor do fator de transcrição relacionado ao NF-E2 2(NRF2). O catabolismo do grupo heme pela HO-1 produz monóxido de carbono (CO) que bloqueia o aumento do heme livre de Hb proveniente das hemacias infectadas pelo Plasmodium, levando a supressão da malária cerebral experimental (ECM), que é causada pelo aumento metabólitos do heme após infecção por Plasmodium. Eles também propõem que exista um mecanismo de NrF2/HO-1 independente, que inibe a ativação de células citotóxicas
Historia da anemia falciforme
Há muitos anos,
na África, a malária matava muitas pessoas. Por tal motivo, a natureza resolveu
proteger seus filhos da morte pela malária, provocando neles uma alteração
genética que chamamos de mutação, alterando a informação que vem no gene (DNA).
Com a alteração, essas pessoas passaram a produzir a hemoglobina S, em vez da
hemoglobina A. Assim, quem tivesse na hemácia a hemoglobina S não seria
infectado pela malária. Com isso, diminuiu muito a morte pela malária em
virtude da imigração forçada, isto é, do tráfico de africanos e dos movimentos
populacionais em busca de melhores condições de vida, essa mutação se espalhou
pelo mundo. No Brasil, pelo fato de o país ter recebido uma grande população de
africanos e por apresentar alto grau de mistura de raças, existem muitas
pessoas com anemia falciforme, principalmente em afrodescendentes.
Transmissão da doença
A anemia
falciforme é a doença hereditária mais comum no mundo e no nosso país. Todas as
características do nosso corpo são feitas por informações que recebemos dos
nossos pais por meio dos genes, que vêm no espermatozoide do pai e no óvulo da
mãe. Os genes determinam, nas pessoas, a cor dos olhos, dos cabelos, da pele, a
altura, etc. Com a hemoglobina não é diferente. Se uma pessoa receber, do pai,
um gene com mutação para produzir a hemoglobina S e, da mãe, outro gene com a
mesma característica, tal pessoa nascerá com um par de genes com a mutação e assim terá anemia falciforme.
Sintomas
As pessoas com
anemia falciforme têm sintomas muito variados. Elas podem não ter quase nenhum
sintoma, necessitando de pouca transfusão de sangue ou mesmo de nenhuma e,
portanto, com excelente qualidade de vida. Mas existem algumas pessoas que,
mesmo com
Acompanhamento
médico adequado, têm crises muito graves da doença, com sintomas de dores
ósseas, na barriga, infecções de repetição às vezes muito graves, podendo levar
à morte.
Alguns doentes
podem ter crises de anemia mais intensas e mais rápidas, necessitando de várias
transfusões de sangue com urgência. As crises variam de gravidade e de tipo
conforme a idade da pessoa. Os bebês têm mais infecções e dores com inchaço nas
mãos e nos pés.
Nas crianças
maiores, as dores estão mais localizadas nas pernas, nos braços e na barriga.
Alguns doentes podem ter até mesmo derrames cerebrais, com lesões graves e
definitivas. No dia-a-dia, as crianças com anemia falciforme são diagnosticadas
com palidez e muitas vezes apresentam o branco dos olhos amarelado, como na hepatite,
sintoma que chamamos de icterícia.
Nos
adultos, as crises mais frequentes também são de dores nos ossos e
complicações devido a danos ocorridos ao longo de sua vida, aos órgãos mais
importantes, tais como o fígado, os pulmões, o coração e os rins. Na idade
adulta também é comum o aparecimento de úlceras (feridas) nas pernas, que são
machucados graves de difícil cicatrização.
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