O que é?
A cianose é a coloração azulada ou arroxeada da pele e das mucosas devido ao aumento da taxa de hemoglobina reduzida acima de 3 g/dl no sangue capilar.
No nível do mar, após a arterialização do sangue pelos pulmões, ele apresenta a pressão de oxigênio em torno de 95 mmHg. Como o oxigênio é pouco solúvel no sangue, é transportado pela hemoglobina, e com alta afinidade pelo gás.
Nu indivíduo normal, o conteúdo arterial de oxigênio é de 20ml/100ml de sangue e o venoso é de 15ml/100ml devido ao consumo do mesmo pelos tecidos. Os capilares periféricos tem cerca de 2,5g de hemoglobina reduzida. Quando a hemoglobina reduzida está acima de 3g/dl, ocorre a cianose.
Várias causas que levam a cianose
Pulmonar: decorrente de alguma alteração nas vias aéreas superiores (naso- e orofaringe) ou inferiores (bronquíolos), seja por obstrução, broncoespasmo ou até edema.
Aerogênica: quando a concentração de oxigênio no ar inspirado for menor que o normal, como nas grandes altitudes (onde a rarefação de oxigênio) ou em ambientes viciados (excesso de CO2).
Hematogênica: quando outros elementos ligam-se a hemoglobina, competindo com oxigênio, ou em casos de alteração na própria molécula de hemoglobina, dificultando a liberação de oxigênio para tecidos.
Cardiogênico: nos casos de Shunt venoarterial em nível cardíaco (por exemplo nas cardiopatias congênitas) ou na insuficiência cardíaca congestiva (estase venosa crônica em nível periférico).
Vascular: insuficiência arterial vascular periférica.
Existem duas formas principais de cianose: cianose periférica e Central. A cianose periférica reflete extração exagerada de oxigênio do sangue arterial resultante de hipofluxo periférico (por exemplo na vasoconstrição cutânea pelo baixo débito cardíaco ou pela exposição ao frio e água gelada). Se a cianose periférica se limita a uma extremidade, deve-se suspeitar de obstrução arterial ou venosa.
A central é resultado da saturação de oxigênio no sangue arterial secundário Shunt da circulação venosa para arterial (por exemplo cardiopatias congênitas cianóticas) ou pelas outras causas já descritas, exceto a cianose de causa vascular. Crianças com cardiopatia congênita cianótica, quando desenvolve insuficiência cardíaca, apresentam cianose tanto pelo componente central como pelo periférico. Vários fatores influenciam o grau de cianose central, entre eles hipoventilação alveolar, inadequada relação ventilação perfusão e a diminuição da difusão do oxigênio. Nestes pacientes com cianose de origem central e insaturação de oxigênio arterial, o grau da coloração cutânea vai depender da quantidade de hemoglobina reduzida nos capilares periféricos, magnitude do Shunt direito-esquerdo e da saturação da oxi-hemoglobina no sangue venoso.
A cianose ocorre com certa frequência em algumas cardiopatias congênitas, sendo observadas em alguns casos logo no período neonatal.
Nos pacientes cianóticos a longo tempo observa-se que o aumento no fluxo sanguíneo nos capilares causa aumento do tecido conectivo nas falanges terminais dos dedos (dedos hipocráticos e unhas em vidro de relógio). A hipóxia crônica leva a policitemia, que por sua vez gera elevação significativa do hematócrito, da viscosidade sanguínea e risco de fenômenos tromboembólicos. Quando a cianose é acompanhada de anemia, ela tende ao azul esmaecido. Seu corre na presença de poliglobulia, a coloração tende a rósea. Quando intensa, assim já coloração enegrecida.
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