Tríplice viral: vacina realmente pode causar autismo nos pacientes?



Essa vacina reúne vírus atenuados do sarampo, da caxumba e da rubéola, segundo o calendário básico de vacinação deve ser aplicada aos 12 meses de vida e reforço com 4 a 6 anos de vida. Aplicação deve ser via subcutânea, deve ser estocada sobre refrigeração a temperatura de 2 a 8 graus centígrados e após a reconstituição deve ser utilizado após 8:00.


Embora a rubéola seja uma doença exantemática, considerada benigna, a vacinação visa prevenir a síndrome de rubéola congênita. Embora infecção materna possa ser assintomática, caso esta ocorra no primeiro trimestre da gravidez, a alto risco de aborto, má formações congênitas e natimortos. Em função do componente contra a rubéola, recomenda-se evitar gravidez nos 30 dias que se seguem a administração da vacina tríplice viral.
Em relação a caxumba, embora também seja uma infecção benigna na maioria das vezes, apresenta risco de complicações graves como a orquite, epididimite e a meningo mieloencefalite, essa última é considerada a complicação mais frequente.


O sarampo é doença exantemática altamente contagiosa podendo ser apresentar como quadro clínico bastante grave. Em epidemias a vacina contra o sarampo apenas pode ser aplicada a partir de seis meses de idade, e, nessas situações, devem ser vacinados todos os indivíduos não imunes. As contra indicações e precauções em relação a vacina contra o sarampo são as mesmas apresentadas a seguir com relação a tríplice viral.
a vacina contra Sarampo previne a doença em indivíduos não imunes quanto administrada em indivíduos com idade superior a nove meses e até 72 horas após o contato.


Após este período e até seis dias da exposição, estes indivíduos devem receber imunoglobina humana.
A vacina tríplice viral pode e deve ser administrada mesmo em casos de imunodepressão congênita ou adquirida. Nos casos de HIV positivo prefere-se que esta aplicação seja anterior a manifestação da Aids. caso essa manifestação já se faça presente, somente receberam a vacina se não se encontrarem com imunodepressão grave e não estejam recebendo imunoglobulina em doses elevadas.


Outra contra indicação aplicação da vacina tríplice viral, embora relativa, diz respeito ao uso recente de sangue Total, plasma, imunoglobulina humana ou imunoglobulinas específicas, deve ser dado intervalo de pelo menos três meses e entre este uso e aplicação da vacina. Esta recomendação se deve ao risco de diminuição da resposta a vacina. Esta recomendação não aplica às mulheres em pós-parto imediato, devendo ser solicitado teste sorológico para verificar se houve soro conversão a rubéola após 3 meses da aplicação. Caso o indivíduo vacina necessite receber sangue ou os derivados antes indicados no período de até duas semanas após a aplicação da vacina e, recomenda-se que seja repetida a dose 3 meses após o uso destes produtos biológicos.


Eventos adversos

Possíveis são febre de 5 a 12 dias após a vacinação, artralgia e / ou artrite de 7 a 21 dias, ecsantema de 7 a 10 dias que pode durar de um a dois dias, parotidite 14 a 21 dias, púrpura trombocitopênica até 2 meses após a vacinação. Manifestações neurológicas como encefalite são extremamente raras. Choque anafilático pode ocorrer em indivíduos sensibilizados alvo, Neomicina ou gelatina.



Polêmica do autismo
Em 1999, o médico Andrew Wakefield publicou na revista The Lancet o artigo "MMR vaccination and autism", estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo. Diversos estudos médicos foram conduzidos desde então buscando comprovar ou não essa relação, sendo que não foram encontradas evidências nesses novos estudos acerca dessa hipótese. Em 2010 os editores da The Lancet anunciaram a retratação do artigo porque vários aspectos estavam incorretos e contrariavam as descobertas mais recentes. Outra razão para a retratação foi a descoberta de afirmações falsas no artigo. O Conselho Médico Geral Britânico considerou que Wakefield agiu de maneira antiética e desonesta por não ter submetido a pesquisa a um comitê de ética local. Ainda de acordo com o Conselho, a sua conduta trouxe má reputação à profissão médica depois que ele coletou amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de seu filho pagando-lhes £5.

Considera-se que o artigo de Wakefield tenha sido responsável pelo ressurgimento do sarampo no Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina tríplice em seus filhos. As taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se comuns. Outra corrente acusa a influente indústria farmacêutica de fazer lobby para "abafar" o caso, mas sempre mencionando o artigo ou Wakefield.

Resumindo: até a data desta postagem não foi comprovado cientificamente que a vacina Tríplice viral tenha qualquer ligação com o desenvolvimento do autismo.





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