Há dois tipos clinicamente detectáveis de lesão intestinal
causada pela proteína do leite de vaca. O primeiro tipo tem seu inicio a
qualquer época entre o nascimento e 6 meses de idade.
Manifestações clínicas
– Os lactentes afetados tem um espectro variável dos sintomas e sinais. O
quadro clínico pode incluir vários dos seguintes sintomas:
- Febre
- Vômito
- Diarreia sanguinolenta ou aquosa
- Esteatorréia
- Parada de ganho de peso ou emagrecimento
- Anemia
- Eosinofilia
- Hipoproteinemia
- Anafilaxia
Alguns lactentes apresentam uma diarreia intratável tão
severa que são incapazes de absorver quaisquer nutrientes; a não ser que seja
empregada hiperalimentação parenteral, a
maior parte morre de complicações da enterocolite. O segundo tipo aparece em
qualquer período desde 6 meses de idade
até 2 anos de idade e caracteriza-se por
- Edema
- Diarreia
- Vômitos intermitentes
- Enteropatia perdedora de proteínas e eosinofilia;
Patogênese – Foram
identificadas várias proteínas do leite de vaca causadoras de esteatorréia e
intolerância a lactose; a proteína mais frequentemente lesiva para mucosa
intestinal é a betalactoglobulina. O mecanismo de lesão é desconhecido.
Diagnóstico - Nem
os testes cutâneos, nem títulos de anticorpos contra o leite e nem os
coproanticorpos demonstraram utilidade no diagnóstico desta doença. O
diagnostico exige a retirada do leite de
vaca da dieta, a observação da melhora dos sintomas com medicações hipoalergênicas,
e o reaparecimentos dos sintomas quando o paciente é testado com a proteína
suspeita ou com leite de vaca integral. O teste com leite de vaca deve ser
feito no hospital e sob controle médico. Se o paciente tiver histórico de sintomas
gastrointestinais graves, deve-se
iniciar uma infusão intravenosa antes do teste para assegurar uma via de administração
de medicamentos e líquidos se esses vierem a ser necessários para o tratamento. A dose de leite integral ou
fórmula industrializada com leite de vaca empregada para o teste inicial deve
ser pequena; a dose inicial habitual é de 5 a 15 ml. Se não aparecerem sintomas
evidentes dentro de uma hora, dobra-se a dose. Repete-se este procedimento a
cada hora até que a dose atinja 120 ml ou que o paciente apresente sintomas gastrointestinais. Se aparecem sintomas, podem ocorrer intolerância a lactose e
esteatorréia. O não aparecimento de sintomas até o quito dia afasta o
diagnóstico.
Deve-se fazer uma prova de intolerância a lactose antes do
teste para verificar se existe intolerância ao açúcar. O teste normal indica
que a função absortiva celular é normal. Se houver intolerância á lactose
deve-se adiar o teste até que a intolerância desapareça; isto pode demorar de 2
a 4 semanas.
Tratamento- Depois de estabelecido o diagnóstico, deve-se
administrar aos indivíduos suscetíveis uma fórmula hipoalergênica e dietas sem
proteínas do leite durante um ano antes
de fazer novo teste.
Sensibilidade a proteína
do leite de soja
O isolado de proteína de soja , a proteína primaria de todas
as fórmulas de leite de soja, pode causar uma reação gastrointestinal violentas em lactentes suscetíveis. Não é
conhecido o mecanismo de lesão intestinal, mas este não é mediado por
complemento. A mucosa intestinal perde sua estrutura vilosa e se torna achatada
dentro de 24 horas após a ingestão do isolado de soja; dentro de poucos dias
ocorre a recuperação.
Manifestações clínicas,
diagnóstico e prognósticos – Os sintomas são inespecíficos e podem constituir :
- Febre
- Leucocitose
- Vômitos
- Diarreia muco - sanguinolenta
- Intolerância a lactose
- Desidratação
- Acidose metabólica
Tais pacientes com frequência são erradamente diagnosticados
como apresentando gastroenterite. O reaparecimento dos sintomas
gastrointestinais pode evidenciar o diagnostico quando o lactente é
realimentado com leite de soja . A sensibilidade a proteína persiste por toda a
primeira infância. O diagnóstico pode ser determinado do mesmo modo que a
sensibilidade a proteína do leite de vaca. Foi relatada persistência da
sensibilidade por 2 anos.
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