Nosso estômago tem uma camada de proteção chamada mucosa.
Ela tem como principal função proteger as paredes do estômago da acidez do suco
gástrico.
O suco gástrico é bastante ácido, sendo produzido em razão
de estímulos físicos, como a mastigação, e químicos, como a sensação de fome.
Nervosismo e tensão constantes também forçam a liberação ininterrupta de ácido
no estômago.
Sem alimento para ácido digerir, essa liberação pode
provocar uma corrosão das paredes da mucosa, o que causa dor e desconforto.
Isso pode acontecer, por exemplo, quando mastigamos chicletes. O organismo
interpreta aquela mastigação mecânica como algo que esta sendo digerido, por
isso libera ácido clorídrico, que por sua vez vai colocar em ação a enzima
chamada pepsina, encarregada justamente de quebrar a proteína dos alimentos. Como
esse alimento não chega, esse ácido vai “corroer” as paredes do estômago.
A gastrite, portanto, é uma inflamação da mucosa gástrica. É
meio caminho andado para úlcera. Na gastrite, a destruição da mucosa não vai
além da camada muscular e, quando tratada a tempo, a lesão normalmente
cicatriza completamente.
Entretanto, se a inflamação persistir, pode acabar
proporcionando o aparecimento de úlceras, que levam a eventuais sangramentos e
podem deteriorar a saúde do paciente.
Apresentando
os sintomas
Os sintomas mais comuns da gastrite são:
- Sensação de queimação na região do estômago, acompanhada ou não de náuseas;
- Dor aguda; dispepsia, que é a sensação e peso no estômago após as refeições;
- Halitose: mau hálito, presente em alguns casos;
- Hematemese: vômitos sanguinolentos ou fezes escuras podem aparecer nos casos mais graves.
O histórico do paciente é sempre muito importante para o
médico. Entretanto, a endoscopia e exames microscópios são necessários para a confirmação
final do diagnóstico de gastrite. Atualmente a biópsia gástrica é realizada
rotineiramente na grande maioria dos serviços de endoscopia para pesquisar a
presença da Helicobacter Pylori.
Gastrite
mais ou menos erosiva
A gastrite pode ser dividida em erosiva e não erosiva.
Dentro de cada um desses tipos de inflamação, ela pode ser aguda ou crônica.
O termo “erosivo” que pode causar ulceração rasa (semelhante
a uma afta), que não ultrapassa a camada muscular da mucosa, mas que provoca
danos e dores generalizados. Geralmente esse tipo de gastrite ocorre em
pacientes em estado mais grave.
A gastrite aguda é repentina e, por vezes, violentas no início.
As crises muito freqüentemente ocorrem após a ingestão de determinados
alimentos aos quais o indivíduo é sensível. Ou se seguem á pratica de comer apressadamente,
ou de comer quando se está fatigado ou emocionalmente descontrolado.
Quais as
causas da gastrite?
O desconforto da gastrite pode resultar também do consumo
exagerado do álcool, fumo e de alimentos muito condimentados. Ou da
contaminação pela ingestão de um agente infeccioso conhecido como o Helicobacter Pylori. A descoberta da
presença e do papel da H. Pylori revolucionou o tratamento dos males do
estômago como veremos mais abaixo.
A gastrite crônica é a mais comum na maioria das pessoas.
Sua causa é pouco conhecida e com frequência ela precede o desenvolvimento de
lesões gástricas orgânicas como a ulcera ou o câncer. Estudos mostram que pode
ser causada por infecção pela Helicobacter
Pylori, que leva a uma resposta inflamatória e enfraquecimento da defesa da
mucosa. Outros relacionam a gastrite crônica indiretamente a doenças como
tuberculose, insuficiência cardíaca e nefrite.
Outro
inimigo, a “Helicobacter Pylori”
A H. Pylori é uma bactéria hoje considerada a grande
descoberta e o grande alívio da gastroenterologia contemporânea. Foi achada há
cerca de 15 anos por dois cientistas australianos, e revolucionou o
entendimento das úlceras gástricas(no estômago) e duodenais (localizadas na
primeira porção do intestino delgado, o duodeno).
Até então todas as dores de estômago, gastrites e úlceras
eram atribuídas, em maior parte, aos estados de tensão do paciente. Sofrimentos
mentais de qualquer origem, problemas familiares, angústias amorosas, todos se
manifestavam em dores e doenças no estômago.
A relação do estômago com os sofrimentos psicossomáticos –
aqueles que se originam na mente – não se modificou. O que se alterou é que uma
bactéria passou a ser agregada a esse gatilho de enfermidade. Descobriu – se que
H. Pylori é uma das principais responsáveis pela gastrite e pela maioria dos
problemas estomacais. O terreno em que vão brotar as enfermidades do estômago é
adubado por essa bactéria, que se prolifera quando o organismo está tenso e
desequilibrado.
A genética influência?
A infecção pela H. Pylori é universal, mas predomina nos países
em desenvolvimento, onde metade da população é infectada até os 10 anos de
idade.
As pessoas com determinada proteína capaz de abrigar a bactéria
seriam diferentes, geneticamente, das incapazes. A doença aparecia nas pessoas
com essa pré – disposição hereditária.
A bactéria não tem reservatórios na natureza e, portanto, a
transmissão se dá entre as pessoas, através do contato direto: talheres, copos,
beijo, etc. – pois ela se fixa na placa gengival -, ou contaminação pela água.
A taxa de infecção tem grande correlação direta com baixos índices socioeconômicos.
Gastrite tem
cura?
Sim, a maioria das gastrites tem cura. O acompanhamento de um
gastroenterologista é fundamental, e a
avaliação psicológica é igualmente importante. Muitas vezes, a gastrite está
mascarando um quadro depressivo. A pessoa vê submeter – se a dieta rigorosa e
uso de medicamentos, e se não houver avaliação psicológica adequada, a recaída pode
ser ainda pior que o adoecimento.
A seguir sugerimos uma orientação nutricional mostrando
quais alimentos devam ser evitados e os que são permitidos durante as crises.
Mas lembre – se : esta orientação não substitui a necessidade de acompanhamento
médico.
Alimentos que devem ser evitados
- Alimentos gordurosos, frituras em geral;
- Frutas ácidas: laranja, limão, abacaxi, morango, acerola, kiwi;
- Temperos: vinagre, pimenta, molho inglês, massa de tomate, catchup, mostarda e picles;
- Coco, nozes, amêndoas, castanha – de – caju e castanha-do-Pará, amendoim e afins;
- Embutidos em geral: linguiça, salsicha e salames;
- Alimentos enlatados e em conserva;
- Feijão e outras leguminosas;
- Café, chocolate, chá preto e mate;
- Bebidas alcoólicas e gasosas.
Alimentos permitidos
- Leite, queijo fresco branco, ricota;
- Carnes magras
- Ovos cozidos, poches ( não fritos)
- Verduras e legumes cozidos;
- Frutas ( exceto mencionadas no item anterior);
- Pães brancos, bolachas Maria, de maisena e de água e sal;
- Arroz, macarrão;
- Batata, mandioca e mandioquinha cozidas.
Outras dicas
para tratar bem seu estômago
Veja agora algumas sugestões importantes que ajudarão você a
prevenir e a controlar problemas no seu estômago:
1. nunca fique sem se alimentar por mais de 4 horas. Obedeça
aos horários certos para o desjejum, almoço, lanche e jantar.
2. procure alimentar – se devagar, em ambiente tranquilo.
3. procure não ingerir alimentos pesados antes de dormir e
evite comer durante a noite
mastigando bem os alimentos.
4. Dietas ricas em fibras,com frutas, hortaliças e cereais
integrais previnem o câncer gástrico, ajudam a normalização do funcionamento do
intestino e são benéficas mesmo no tratamento de úlceras e gastrites.
5. O fumo dificulta a cicatrização de uma úlcera. Deixar o
hábito é ideal, mas reduzir o numero de cigarros diários ajuda. Isso deve ser
feito com acompanhamento médico, pois parar de fumar é altamente ansiogênico, e
a adrenalina corrói ainda mais as paredes do estômago.
6. Evite tomar aspirinas, antigripais e comprimidos para dor
em geral, pois podem provocar irritação na mucosa do estômago. Em geral, são
ácidos e prejudicam a regeneração da mucosa. Cada organismo reage de
determinada maneira. Observe como age o seu.
7. Evite refeições pesadas e gordurosas, como feijoada,
dobradinha, churrasco e frituras em geral, como ovos e batatas fritas, pastéis,
bife a milanesa, salgadinhos, etc.
8. Alimentos muito condimentados como picles. Alguns legumes
como pimentão e berinjela, por que são de difícil digestão. Se você perceber
que seu estômago não “aceita” esses alimentos, evite-os.
9. Os refrigerantes são bebidas ácidas e gasosas que, além
de irritarem o estômago, causam desconforto devido á expansão dos gases.
Prefira tomar água sem gás e dê preferência a sucos naturais.
10. Bebidas alcoólicas, quando tomadas de estômago vazio ,
são irritantes da mucosa do estômago e causam desconforto desnecessário. Não
beba em excesso ou de estômago vazio.
Autor; Dra. Jocelem Mastrodi Sagado ; Pharmacia de alimentos
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